Uma das maiores dificuldades para
as práticas de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa é lidar com as novas
tecnologias, muitos profissionais que estavam acostumados ao ensino tradicional
sentem dificuldade com relação a elas, precisando de auxílio ou até mesmo uma
capacitação para aprender a usá-las. A linguagem utilizada nos novos meios de
comunicação, o internetês, também é vista por muitos professores como um grande
problema, e muitos ficam sem saber como abordar esse assunto.
Além de saber usar as novas
tecnologias no ensino, a educação contemporânea exige a realização de uma
aprendizagem significativa e contextualizada, levando o aluno a compreender a
complexidade e a funcionalidade da Língua Portuguesa em qualquer das variantes
que ela possa se manifestar. Porém, um dos desafios é justamente inserir
conhecimentos como: redação, leitura, compreensão de textos, tipos de textos,
gramática, em situações reais de utilização da língua materna, e ainda fazer
com que as aulas de Língua Portuguesa sejam divertidas e atrativas.
Percebe-se que os desafios da
educação contemporânea são inúmeros, vários autores defendem um ensino
contextualizado à vida dos alunos. Antigamente não havia muitas fontes de
informação, por isso a escola mantinha seu monopólio mesmo ofertando um ensino
descontextualizado.
Segundo
Tenti Fanfani (2010),
Hoje, é impossível separar o mundo da
vida do mundo da escola. Os adolescentes trazem consigo sua linguagem e sua
cultura. A escola perdeu o monopólio de inculcar significações e estas, a seu
tempo, tendem à diversificação e à fragmentação.
É necessário
levar em consideração que a escola de hoje tem desafios e necessidades
diferentes da escola de alguns anos atrás. O contexto é diferente,
os alunos possuem acesso à informação de várias maneiras, e por isso o
professor deixou de ser a única fonte de informação. Hoje, é necessário incluir
as tecnologias da informação à realidade escolar, promover o letramento de forma que os alunos
possam atuar nesse meio tecnológico, interpretá-lo, interagir com ele e
aprender a selecionar informações. No entanto, existem professores que apresentam
resistência ao novo, mesmo trabalhando em uma escola que possui tecnologias a
sua disposição e pessoas dispostas a ajudar, continuam aplicando aulas
tradicionais e monótonas aos alunos que estão “antenados” à modernidade, podendo surgir o desinteresse e
confronto na relação professor-aluno.
Por
isso é importante ter consciência de que o educador,
assim como qualquer profissional, em um mundo globalizado precisa atualizar e
aperfeiçoar, buscar adaptações e aprendizados constantemente. Com relação à
linguagem utilizada na internet, discriminado por muitos professores, pode ser um
excelente pretexto para se ganhar a atenção dos alunos, usando os exemplos do
internetês para discutir a língua propriamente dita, mostrando a eles que
existem situações em que deve ser usada a linguagem formal.
Ao se trabalhar o internetês é
preciso não se esquecer da linguagem formal, e que ela deve ser adequada ao
contexto de comunicação. Quando os
textos produzidos na escola ganham um destino social, jornal mural
ou blog, acaba surgindo uma preocupação em produzir uma linguagem que
todos possam entender. É importante que o aluno saiba que alguns
colegas e até mesmo funcionários da escola, podem não conhecer a
linguagem do tipo internetês, e por isso a linguagem formal,
considerada padrão, é a que garante uma comunicação perfeita nesse
contexto.
Utilizando
conjuntos materiais e culturais, que estejam incorporados à
realidade social do aluno e professor, é possível tornar o ensino
contextualizado e as aulas mais atrativas.
Para isso é necessário observar o universo dos alunos, tentando descobrir seus
gostos, seus interesses, seus sonhos, e depois, a partir desses dados, criar
novas estratégias de ensino. Usar as músicas de que eles gostam como objeto de
estudo das aulas, algo que faz parte da realidade dele, pode ser um das
maneiras de criar aulas agradáveis. Além disso, o professor
precisa ser um leitor, somente tendo conhecimento dos mais variados gêneros
discursivos, ele terá condições de tornar suas aulas “envolventes”, nesse
contexto, as tecnologias podem ser uma ótima ferramenta de auxílio ao
professor, desde que o conteúdo seja significativo, fazendo parte do universo
do aluno.
Referência
Bibliográfica:
TENTI
FANFANI, Emilio. Culturas jovens e
cultura escolar. Disponível em: <http://ggte.unicamp.br/redefor3/cursos/diretorio/apoio_420_53//Fanfani_culturas%20jovens.pdf?1323634382>.
Acesso em: 11 dez. 2011