terça-feira, 30 de abril de 2013

A escola e as manifestações culturais juvenis


As grandes cidades estão cada vez mais coloridas, com mensagens gráficas em seus muros, paredes e postes. Essa prática está ganhando mais espaço na medida em que a juventude vai se destacando na esfera cultural, social, econômica e política. Os jovens são responsáveis por boa parte dessa escritura da superfície das cidades nas quais deixam suas marcas e suas ideias. As linguagens em grafites, stickers, reverse graffiti e pichações estão se impondo e com isso, chamando a atenção da sociedade.

Uma escola consciente deve considerar essas manifestações culturais juvenis (grafites, pichações, reverse graffiti e stickers), pois essas mensagens gráficas urbanas são um tipo de arte, na qual fazem parte da realidade do aluno, e estando integrada com outras áreas do conhecimento, pode permitir uma maior compreensão do mundo, aproximando os conteúdos com a sua vida e realidade.

Os alunos podem ser incentivados a fotografar pichações e grafites presentes na cidade, na escola, ou encontrá-los na internet para levá-los a aula. Pode-se solicitar que mostrem os materiais fotografados ao colega, e discutam sobre o que são grafites e o que são pichações, sobre quais são os sentidos e impressões da imagem. Depois, os alunos deverão ter a oportunidade de escolher um grafite e compor um poema para representá-lo ou refletir sobre a crítica produzida nele. Esses poemas poderão ser expostos junto com os grafites em  varais de poesia .

As aulas devem dar espaço para dialogar com essa cultura juvenil, devendo considerar as opiniões e conhecimentos que os alunos têm a respeito da pichação e do grafite. Para isso, o professor deve trabalhar textos que levem a discutir sobre essas manifestações urbanas, sobre o espaço público e privado, e através de buscas na internet, conhecer um pouco a respeito da legislação brasileira referente à atividade da pichação e do grafite no meio urbano.

O tema é polêmico, pois estas atividades são consideradas por muitos uma marginalidade e vandalismo, e como é um tema que faz parte da realidade cotidiano dos alunos, deve ser trabalhado em sala de aula. Por isso, é interessante a realizar debates sobre o fato de a pichação ser considerada por muitas pessoas uma arte marginal.

       Ao levar textos sobre grafite, por exemplo, o professor pode levantar questões como: Qual seria a função dos grafiteiros? O grafite pode ser considerado como uma manifestação de linguagem? Em quais lugares os grafites são encontrados? O grafite está relacionado à cultura urbana? Como? Qual a relação dos grafiteiros e a exclusão social? Sua arte pode ser entendida como uma forma de enfrentamento? Após essa discussão, o professor poderá pedir para os alunos produzirem um artigo de opinião acerca do tema: Grafite: arte ou poluição visual? Cultura urbana ou marginalidade ?

É muito importante que essa produção de texto ganhe circulação social, podendo ser postados em blogs de grafiteiros ou em um blog criado pela turma. Além disso, um grafiteiro poderia ser convidado a ensinar técnicas básicas de grafite para os alunos, ou caso não se consiga um grafiteiro, eles poderiam experimentar a arte do grafite livremente, em algum espaço disponibilizado pela escola, através de um trabalho interdisciplinar com o professor de Artes. Seria uma rica experiência entre as disciplinas de Língua Portuguesa e Artes.

Depois de realizadas as atividades da escola, é importante discutir com os alunos sobre o que mudou no seu ponto de vista com relação à arte do grafite e pichação. Com trabalhos assim, o aluno poderá aprender a relacionar grafite com a cultura urbana e a respeitá-la como manifestação social. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
REDUCINO, Marileusa de Oliveira. Pichação e Arte Grafite. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=9427>. Acesso em: 24 jun 2012.
SILVA, Walleska Bernardino. Grafite: cultura urbana. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=28722>. Acesso em: 24 jun 2012.
UKZAC, Eliane Sanhudo. Educação e grafite. Disponível em: <http://200.132.38.201:8080/dahora/artigos/educacao-e-grafite/>. Acesso em: 24 jun 2012.
YARED, Gabriel. Os gemeos. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=nbw2a4yOC80>. Acesso em: 24 jun 2012.
ZANATTA, Claudia Vicari. UCA: Atividade Urbana da Pichação e do Grafite. Disponível em <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=26442>. Acesso em 24 jun 2012.
  




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