terça-feira, 30 de abril de 2013

Comparando propostas curriculares


Os principais critérios e conjuntos que compõem os agrupamentos de gêneros propostos por Dolz e Schneuwly (2004 [1996]) mostram que é preciso que os agrupamentos correspondam às grandes finalidades sociais, respondendo às necessidades de linguagem em expressão escrita e oral, em domínios de comunicação da sociedade.
Os agrupamentos, de modo flexível, retomam algumas distinções tipológicas que já estão presentes em numerosos guias curriculares. Além disso, espera-se que eles sejam homogêneos quanto às capacidades de linguagem dominantes implicadas na mestria dos gêneros agrupados. 
A principal finalidade dos agrupamentos de gêneros, dentro da ideia de progressão curricular, trata de construir, com os alunos, em todos os graus de escolaridade, instrumentos que desenvolvam capacidades necessárias para dominar o os gêneros que estão agrupados, devendo ser trabalhado em todos os níveis da escolaridade, através de um ou outro gênero que o constituem.
Ao trabalhar com a progressão, diversidades entre os gêneros nas séries, pode se adquirir capacidades de leituras e produção de diferentes gêneros. Portanto, no currículo, todos os agrupamentos devem ser trabalhados, de maneira cada vez mais complexa, pois assim garantirá tanto a diversidade de aprendizagem como a de progressão. 
A proposta didática de Dolz e Schneuwly (2004 [1996]) tem a preocupação de variar os gêneros e agrupamentos a serem estudados em sala de aula justamente para que o aluno possa desenvolver as capacidades de linguagem que cada situação de comunicação exige.
Os autores fazem uma crítica ao ensino de língua portuguesa ao dizerem que os professores dispõem claramente da descrição dos conteúdos gramaticais para cada uma das séries e, com relação às atividades de expressão oral e escrita, onde existe uma maior complexidade, têm poucas indicações. Os autores mostram que um bom jeito de trabalhar com essa questão é com a realização de sequências didáticas que tem por objetivo os gêneros.
É muito importante promover o ensino de língua portuguesa baseado nos gêneros textuais, e também garantir o trabalho de agrupamentos dos gêneros em sala de aula, pois os textos que pertencem ao mesmo gênero podem apresentam diferentes textualidades, pois geralmente se inserem em diferentes domínios sociais de comunicação, predominado diferentes aspectos tipológicos.
Percebe-se que o atual currículo genebrino privilegia uma proposta baseada no ensino de gêneros que visa à progressão no ensino, nos diferentes ciclos do Ensino Fundamental, pois dessa forma espera-se garantir a diversidade de aprendizados. 
Enquanto isso, a Proposta Curricular do Estado de São Paulo adota conceito de gênero igual à ideia de agrupamentos, mas é trabalhado um agrupamento especifico em cada série/ano do ensino, a fim de promover certas capacidades em função de outras.
A organização de uma progressão temporal do ensino, com base no agrupamento de gêneros e nos diferentes níveis de operação de linguagem, é uma proposta que pode ser modificada, afim de que possa ser adaptado e completado com as situações concretas de ensino aprendizagem.
Nesse processo a progressão curricular deverá ser testada e entrar em prática para que depois possa ser avaliada do posto de vista didático, analisando suas possibilidades efetivas de gestão do ensino proposto, sua coerência dos conteúdos ensinados, assim como os ganhos de aprendizagem.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLV, Bernard.  Gêneros e progressão em expressão oral e escrita- Elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (Francófona). Disponível em < http://ggte.unicamp.br/redefor3/cursos/diretorio/leituras_482_51//DOLZ%20&%20SCHNEUWLY_2004[1996].pdf?1333409130>. Acesso em 02 abr 2012.







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